SP adapta loja que aluga carinho de gatos e faz 1º cat café com ‘aquário’
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Mulher vende bens e investe em ‘cat café’ para unir trabalho e paixão

Os “cat cafés” japoneses são cafés onde os gatos circulam livremente pelo espaço e têm contato com o público. Ser dona de um desses era o sonho de uma moradora de Sorocaba (SP). Fabiana Ribeiro, de 33 anos, vendeu a casa, o carro e deixou o cargo de coordenadora de compras em uma multinacional para trabalhar com algo que é sua paixão: os gatos.

Há pouco mais de um ano, ela abriu seu próprio “cat café”, pioneiro no Brasil. “Já me perguntaram se eu sou ‘gateira’ mesmo ou se foi só por questão comercial. Não foi, percebi que era hora de unir o trabalho ao que eu tanto gostava. Foi emocional, não fiz nenhum plano de negócios.”

Até ver o sonho inaugurado, Fabiana enfrentou muitas dificuldades. Uma delas foi a Vigilância Sanitária. “Me mostraram que não poderia ser como no Japão. Foi um balde de água fria porque sou ansiosa e, quando decidi que queria abrir o negócio, já o vi praticamente pronto”, conta.

A empresária não desistiu e continuou procurando imóveis enquanto imaginava o que poderia ser feito. “Em uma das visitas, pensei: se tem restaurante que tem aquário com água e peixe, por que não ter um café com aquário, mas com gatos dentro? Vou fazer assim.”

Após ganhar o jeitinho brasileiro, o cat café começou a funcionar em maio de 2014. O local oferece cardápio com bebidas, salgados, doces e massas, além de uma loja com produtos para os pets e para os donos. Mas a grande atração é um cômodo com grandes janelas de vidro por onde os clientes conseguem observar os gatos à distância.

São sete animais, que receberam nomes alusivos às bebidas: Capuccino (gato-de-bengala), Chantilly (persa), Chocolate (maine coon), Espresso (vira-lata), Milk (sphynx), Mocaccino (ragdoll) e Vanilla (pelo curto americano).

O espaço tem suportes nas paredes onde os gatos podem subir, fonte com água, brinquedos, caminhas e tigelas com ração à disposição o tempo todo. Eles ainda têm acesso a um corredor com grama e caixas de areia. Segundo Fabiana, a ideia inicial era ter 12 animais. O número foi cortado devido ao tamanho do espaço e investimento. “Ainda não sabia também qual seria a reação do público, mas acabou sendo muito positiva. Recebo clientes que vêm só pela comida e outros que gostam de gatos, alguns têm até ciúmes de seus preferidos”, explica.

Cat café
O conceito do “cat café”, adaptado à realidade brasileira, chamou a atenção de muitas pessoas, como a da desginer Larissa Herbst, de 29 anos. A jovem frequenta o local semanalmente e a primeira visita foi logo na semana de inauguração. Ela conta que seu gato preferido é o ragdoll Mocaccino por causa de sua aparência cativante.

“Gosto de todos os tipos de bichos. Passando na frente, o nome me chamou atenção, mas não sabia se era um café ou um pet shop. Vim conhecer com a minha mãe e gostei. Tudo agrada, desde o atendimento até a comida e o ambiente”, diz. A mãe de Larissa, Sandra Herbst, também tem seu gato preferido. “É o Vanilla. Gosto daqui porque é sossegado e ficar observando os animais é muito gostoso”, afirma.

Paixão pelos gatos
Apesar de ser alérgica, Fabiana sempre gostou de gatos. Na infância, não podia ter o animal em casa por causa do pai e avô. “Eles não me deixavam criar. Fui ter meu primeiro gato de verdade aos 18 anos, ainda em Campinas. Depois que me mudei para Sorocaba, fui adotando e hoje tenho cinco gatos em casa, além dos que moram no café. Eles se chamam Fred, Pessoa, Básico, Safira e Mingau”, relata.

Fabiana diz que a “veia gateira” surgiu após a adoção de Safira. “Ela apareceu na padaria dos meus pais e hoje já vai completar oito anos comigo. Quando adotei, comecei a pesquisar e ler muito sobre o universo dos gatos, além de comprar tudo que fosse relacionado a esses animais”, conta. A mãe da empresária acabou se rendendo e também tem gatos: a dupla Luna e Antônio.

A união da paixão por gatos e o trabalho deu tão certo que a empresária tem novos projetos em vista. “As pessoas gostam e têm vontade de ter as nossas coisas. Uma vez tive que dar uma das xícaras do café para uma alemã que nos visitou. Então, já temos a ideia de oferecer produtos com a nossa marca aos ‘gateiros’ e estamos caminhando para transformar a empresa em uma rede de franquias”, comemora.

Matéria – G1